Consumimos e somos atingidos por marcas ou experiências de todos os lados e com isso a demanda de consumo acontece, mesmo quando falamos que o dinheiro está escasso. Falamos, ouvimos, contamos histórias, somos comunicadores em um momento que não existem papéis definidos de emissor e receptor.
Tchelo PereiraComunicação 3.0. Você já se reinventou hoje?
É estranha a pergunta do título, mas começamos assim este texto e no final você vai entender o porquê. A ideia é tornar o assunto mais próximo e fazer você interpretá-lo do seu modo de viver.
Se reinventar é algo que pessoas e as marcas estão fazendo com mais frequência nesse momento em que o dinheiro ficou escasso. Baladinhas e a vida boêmia frequentes (caso seja saidinho) são coisas que você, com certeza, diminuiu. Você deve ter deixado de adquirir algumas das suas roupas e marcas preferidas que comprava alguns meses atrás. A sua vendedora predileta e o “garçom sangue bom” sentiram sua falta. Pode não parecer, mas o fornecedor daquele lugar que você frequentava assiduamente, indiretamente, percebeu que sua presença diminuiu. Mas não é só você que deixou de ir aos lugares, milhões de brasileiros também. Os 3 setores da nossa economia sentiram e o mercado se reinventou, ou melhor, está se reinventando. O que isso tem a ver com comunicação 3.0? Simples! A reinvenção das atitudes força o mercado a se adequar e criar novos mecanismos com diferentes tipos de resposta: mais rápida, mais envolvente e mais participativa. Quem ganha voz nesse momento? Eu, você, o Jaiminho “carteiro”, a tiazona que varre a rua às 6h da manhã e sabe da vida de todo mundo. Enfim, se existe uma habilidade natural do ser humano que pode ser evidenciada nesse momento, é o poder da comunicação. Mas o que tem a ver tudo isso com a comunicação 3.0?
Você é a comunicação 3.0, meu amigo. Você deve ter um Snapchat, um Facebook ou um Instagram. Você deve postar conteúdo que alguns amigos (ou milhões de pessoas que você nunca viu) curtem, comentam e/ou compartilham. Você, provavelmente, deve seguir pessoas que nunca viu pessoalmente e que não tem nada a ver com o que faz, apenas faz isso pelo fato de “gostar do que vê ou é falado”. Essa habilidade de comunicação não se reserva apenas a alguns. Qualquer um pode ter “voz” no mercado e ser o influenciador de um segmento específico, como aquele primo que entende de celular e é a ele que você recorre quando quer trocar o seu. Muitas marcas já perceberam esse comportamento do consumidor e direcionaram as suas ações para essa comunicação não engessada.
Somando tudo isso, vem o boom! A comunicação 3.0 é uma reinvenção da forma de comunicar. Veículos, diferentes plataformas e pessoas se posicionando e achando formas de expor ideias, mostrar suas vidas, criar personagens (ou você nunca ouviu falar do Cleverson Carlos, personagem do Padre Fábio de Melo?). Você, com certeza, vive a vida desses “famosos” naquele momento. As TVs (aberta e fechada) deixaram de ser referências há muito tempo, quando o assunto é séries e filmes, perdendo, assim, espaço para canais, como Youtube e Netflix. Fones de ouvido e o som que ouve no trabalho passou a ser do Spotify, e não mais das rádios. Kéfera e o Whindersson Nunes passaram a ser os principais influenciadores nesse mundo de grandes apresentadores.
Todos podemos ser comunicadores. A comunicação, nesse momento 3.0, mostra que não existe papéis definidos: todos nós podemos aprender e ensinar algo todos os dias. Você não fala mais das pessoas, mas, sim, com as pessoas. É ser mais interativo e ligado às mudanças e às relações. Existe ainda a comunicação que todos nós conhecemos geradas por ciclos repetitivos, mas já não é mais o que nos impulsiona.
E se você leu até aqui, volto a perguntar: você já se reinventou hoje?